A designação de pereira de S. Bartolomeu indica a época de maturação do fruto: Dia de S. Bartolomeu, em 24 de agosto. A pera passa contém em si mesma uma soma de sabores que se afinaram de geração em geração, garantindo-a como um recurso tradicional genuíno desta zona interior do País. Costumava ser comercializada na segunda quinzena de setembro, durante a Feira Franca de Viseu.
As peras usadas na secagem são exclusivamente provenientes da pereira de S. Bartolomeu. A apanha decorre nas três últimas semanas de agosto. São descascadas com uma faca ou navalha e colocadas nas passeiras. As passeiras são recipientes de madeira que dispõem, no fundo, de uma cama de caruma com cerca de 10 cm de altura. Após 5 dias na passeira, as peras são «embarreladas» em cabazes que se abafam com uma manta. Esta operação é feita na hora mais quente do dia, ficando a pera «embarrelada» 1 ou 2 dias, à sombra. As peras são seguidamente espalmadas com a espalmadeira, que é um instrumento formado por duas peças de madeira articuladas por um pedaço de couro. Os frutos espalmados são postos ao sol em cima de lençóis brancos estendidos em eiras, durante 2 ou 3 dias, para acabar de secar.
Fonte: https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/frutos-secos-secados-e-similares/332-pera-de-s-bartolomeu